Esta é uma pequena série de textos
mostrando uma alternativa ao ponto de vista consensual sobre o êxodo
do Egito, o Egito nessa época e a formação da religião judaica
que por sua vez deu origem ao cristianismo e ao islamismo. Os textos
serão divididos em duas partes. A primeira parte será dividida em
quatro partes menores.
Estes textos são uma espécie de resumo, trechos retirados do livro “TUTANCÂMON a verdade por trás do maior mistério da arqueologia” (título original: Mercy), de Andrew Collins e Chris Ogilvie-Herald, Editora Landscape, 2004. o livro é muito mais abrangente e detalhado do que mostrado aqui, com inúmeras referências e pontos de vista alternativos sobre os temas abordados. Nesse resumo suprimi as referências e adotei os pontos de vista escolhidos como mais prováveis e necessários para o desenvolvimento do raciocínio dos autores. Quaisquer dúvidas ou pedido de referências, podem comentar que responderei.
Estes textos são uma espécie de resumo, trechos retirados do livro “TUTANCÂMON a verdade por trás do maior mistério da arqueologia” (título original: Mercy), de Andrew Collins e Chris Ogilvie-Herald, Editora Landscape, 2004. o livro é muito mais abrangente e detalhado do que mostrado aqui, com inúmeras referências e pontos de vista alternativos sobre os temas abordados. Nesse resumo suprimi as referências e adotei os pontos de vista escolhidos como mais prováveis e necessários para o desenvolvimento do raciocínio dos autores. Quaisquer dúvidas ou pedido de referências, podem comentar que responderei.
Estes textos,
obviamente, estão muito aquém do original, no entanto, conseguem
mostrar satisfatoriamente que o que sabemos talvez não seja
exatamente da forma que pensamos ser. Para todos que se interessam
pelo Egito, religiões, História e pela incessante busca pela
verdade.
Parte I c: O messias egípcio; e o fim do
faraó monoteísta
A queda de Aton
Muito foi subitamente eliminado no fim do
reinado de Aquenaton, quando primeiro Smenkhkare e depois Tutancâmon
transferiram a corte real para Mênfis e restituíram a Tebas a
função de grande centro religioso do Alto Egito. Aqueles que haviam
se mudado para a cidade de Aquenaton por motivos meramente práticos,
simplesmente fizeram as malas e voltaram de onde tinham partido. Mas
os muitos convertidos à nova religião provavelmente não puderam
simplesmente sair de Aquenaton, deixando para trás tudo o que
acreditavam com fé tão ardente nos últimos treze anos. Assim, os
seguidores fervorosos da fé de Aquenaton e seu Aton provavelmente
permaneceram na cidade, continuando a realizar seus rituais,
cerimônias e celebrações diários ao disco solar, antes do colapso
definitivo de sua infraestrutura social obrigá-los a abandonar a
cidade pra sempre. Dali por diante, Aquenaton rapidamente tornou-se
pouco mais que uma cidade-fantasma, ocupada apenas por tribos nômades
que teriam usado seus antes grandiosos edifícios como abrigo, até
que finalmente ela foi sendo desmontada até os alicerces durante o
reinado de Horemheb.
Os sacerdotes e indivíduos que permaneceram
leais a fé agora considerada ilegal de Aquenaton teriam sido
considerados hereges, e deviam ser rejeitados pela comunidade se não
voltassem a adotar o politeísmo egípcio outra vez. De certa
maneira, podemos compará-los aos primeiros cristãos de Jerusalém,
e depois, de Roma, que foram evitados e rejeitados por romanos e
judeus. Não é improvável que eles tenham ficado conhecido como
“leprosos” sociais, ou “impuros”, termos usados por Manetho
para descrever os seguidores de Osarsiph-Moisés, embora não fossem
doentes nem corruptos, simplesmente párias da sociedade.
Osarsiph-Moisés como Aquenaton
Foi no quinto ano do reinado de 17 anos de
Aquenaton que ele abandonou o nome Amenófis IV e, apenas um mês depois,
chegou ao local de sua futura cidade. Esse deve ser compreendido como
o ponto de partida da heresia, que continuou por doze a treze anos,
até a suposta morte de Aquenaton, no ano 17, correspondendo, por sua
vez, aos treze anos da rebelião de Osarsiph-Moisés. Weigall
entendeu que isso não podia ser coincidência, e também os
egiptólogos, nos últimos anos, vêm defendendo tal tese. Algumas
ideias de Jan Assman, professor de Egiptologia na Universidade de
Heidelberg, resumem a narrativa de Manetho sobre Osarsiph –Moisés
nos seguintes termos:
A história dos leprosos pode, portanto, ser
explicada como um evidente caso de lembrança deslocada e
distorcida. Nessa tradição, sobreviveram reminiscências egípcias
da revolução monoteísta de Aquenaton. Mas devido ao banimento do
nome de Aquenaton e dos correspondentes monumentos da memória
cultural, essas reminiscências deslocaram-se e ficaram sujeitas a
diversos tipos de transformações e proliferações.
A Co-Regência
Manetho nos diz que o faraó que se opunha ao
“leprosos” e aos “impuros”, obrigado a fugir do Egito antes
de voltar para expulsar os seus inimigos e os povos asiáticos, foi
Amenófis. No primeiro caso, podemos identificá-lo como o pai de
Aquenaton, Amenófis III, em cujo reinado viveu um ministro muito
popular chamado de Amenófis-filho-de-Hapu, inquestionavelmente o
personagem histórico por trás Amenófis filho de Papis, da
narrativa de Manetho.
Parece relativamente coreto declarar que durante
os anos finais de sua vida, Amenófis III reinou junto com seu filho,
Aquenaton, talvez durante onze ou doze anos. Obtiveram-se provas
disso em virtude de várias descobertas fundamentais, notadamente no
sítio arqueológico da cidade de Aquenaton, em Tel-El-Armana. Tais
evidências representam a base perfeita para propor que o pai de
Tutancãmon não era Aquenaton, como muitos estudiosos já disseram,
mas na verdade Amenófis III, tese defendida por Pendlebury já em
1936.
A questão da existência de uma co-regência
entre Amenófis III e Aquenaton foi debatida pelo perito em Amarna
Cyril Aldred, com grande repercussão, em sua obra clássica
Akhenaten: King of Egypt. Embora não possamos citar aqui
todas as provas que ele apresenta, suas conclusões são claras:
A co-regência de amenófis III com seu filho, de
acordo com as provas que temos, durou mais de doze anos... por mais
perturbadora que possa ser essa conclusão, não temos opção a não
ser aceitá-la.
Os atos de Aquenaton devem ter causado tal
consternação entre os sacerdotes, que podemos imaginá-los
suplicando a ajuda ao faraó mais velho, Amenófis III, para evitar
que o país caísse em um estado de caos e abandono.
Amenófis-filho-de-Hapu
Pelas provas textuais disponíveis, podemos ter
certeza de que Amenófis-filho-de-Hapu era um favorito do monarca
idoso. Seus conhecidos títulos também confirmam a conclusão de
Manetho, que, a mando do rei, “Amenófis, filho de Papis”, reuniu
cerca de 80 mil “leprosos” e “impuros” e os enviou para
trabalharem em pedreiras “a leste do Nilo”. Para entender melhor
os eventos históricos por trás do relato de Manetho, devemos
expandir o período de maneira a encampar os papéis desempenhados
pelos reis que vieram depois de Smenkhkare e Tutacâmon, sucedendo-os
no trono do Alto e Baixo Egito. Por exemplo, no início do relato
sobre Osarsiph Moisés, lemos:
Este rei [ou seja, Amenófis] desejava tornar-se
espectador dos deuses como Orus, um dos antecessores naquele reino,
desejou o mesmo antes dele.
Quem exatamente seria esse Orus, afinal, ou
apenas Or, grafia opcional do seu nome? Se consultarmos a Epítome,
ou as listas de dinastias, originalmente incluídas na Aegyptiaca
de Manetho – e agora encontrada apenas em segunda mão dentro de
obras posteriores escritas séculos depois – encontraremos esse rei
entre os governantes da 18ª Dinastia. Por exemplo, em versões das
listas dos reis preservadas por Josefo e certos cronistas cristãos
anteriores, um faraó chamado Orus reinou ali entre os anos 28 e 38,
e em geral se diz que foi um reinado de 36 anos e 5 meses. Mesmo
assim, seu nome se encontra não antes, mas diretamente depois
do reinado de um rei chamado “Amenófis”, ao qual em geral
atribui-se um reinado de 31 anos. O fato de esse Amenófis ser
Amenófis III fica claro a partir de sua posição na lista de 14, 16
ou 18 reis a partir dessa dinastia, dependendo da fonte citada. Essa
conclusão confirma-se mediante o fato de que, ao lado do nome de
Amenófis na lista, aparecem as palavras: “este foi o rei que
supostamente era Memnon e uma estátua falante”. Aliás, Amenófis
III reinou 38 anos, e não 30 ou 31 como Manetho diz, embora este
seja um erro de somenos importância quando comparado aos registros
de Manetho dos outros reis da 18ª Dinastia.
Sabemos por intermédio de Manetho e suas listas
que o rei chamado Orus reinou depois de Amenófis III, mas antes de
uma série de reis qu só se podem comparar com os governantes
conhecidos da era de Amarna. Eles começam com um tal de Acencheres
(também conhecido como Acherrês, Achenchersês ou Achencheres), que
sem dúvida era Aquenaton., apesar de os 12 ou 16 anos a ele
atribuídos não conferirem com a duração real de seu reinado, que foi na verdade de 17 anos. Porém, deve-se recordar que a confusão
que cercou essa lista de reis de Amaná provém do fato de que toda
a lembrança de seus reinados foi apagada dos registros oficiais.
Isso pode, portanto, explicar porque, em duas versões de Manetho, se
diz que Acencheres era filha de Orus! Se isso tem ou não algo a ver
com o estilo artístico incomum adotado por Aquenaton, ou alguma
confusão derivada de sua co-regência com Nefertiti, não se sabe.
Depois de Acencheres vem, em duas versões da
Epítome de Manetho, “seu irmão”, “Rathotis” (ou
Rathos), ao qual se atribui um reinado de seis ou nove anos. Uma
outra versão das listas dos reis diz que o faraó que reinou depois
de Acencheres foi Acherres, ao qual se atribui um mandato de oito
anos. Pelos nomes e anos de reinado atribuídos a esse rei, ele só
pode ser Tutancâmon, que atingiu o nono ano de reinado.
Isso se pode afirmar com certeza, mas nas
diferentes versões da Epítome de Manetho segue-se depois de
Rathotis uma série de reis com durações de reinados e registros
conflitantes; alguns são simplesmente uma repetição de Aquenaton,
retornando seja sob o mesmo ou outro nome ligeiramente alterado.
Outros só podem corresponder a Nefertiti, Smenkhkare ou Aye.
Finalmente, as listas incluem um faraó reconhecível – Ramessês.
Mesmo assim, parece uma lembrança um pouco misturada tanto de Ramsés
I, que reinou apenas um ano após a morte de Horemheb, por volta de
1308 a.C., e seu neto Ramsés II, que reinou 67 anos, por volta de
1290-1224 a.C. Além do mais, ambos os reis pertencem à 19ª
Dinastia, não à 18ª, onde Manetho os inclui. Então, quem era
exatamente Orus, o rei que se diz ter reinado entre Amenófis III e
Aquenaton? A resposta é que seria Horemheb, o grande responsável
por toda essa confusão, antes de mais nada. Devido ao fato de ele
estender a duração de seu reinado por volta de 27 anos, incluindo o
dos quatro reis que o antecederam, ele se atribui um reinado sobre o
Alto e Baixo Egito que durou 59 anos. Não só Horemheb é o Orus das
listas de reis de Manetho, como também reaparece com o nome de
Harmaïs, (também conhecido como Armesis ou Armais) durante um
reinado de 4 a 5 anos imediatamente anterior ao do Ramessês
mencionado acima.
Parte I b: O profeta e o êxodo do Egito como não conhecemos
Parte I d: Castigo dos deuses: As pragas do Egito
Parte I b: O profeta e o êxodo do Egito como não conhecemos
Parte I d: Castigo dos deuses: As pragas do Egito
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