sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pode contar comigo! ¬¬

 Ah! A amizade! Que nobre é o sentimento de fraternidade! Que nobre é doar-se! Seu tempo, seu espaço, sua alma. E sem esperar nada em troca. Talvez, no máximo, reciprocidade. Não! Não espere coisa alguma. Ninguém lhe deve nada. Nem consideração. Espere ser procurado quando você for necessário para alguém. Espere encontrar costas viradas em sua direção, sem nem saber o motivo. Porque talvez nem tenha um motivo. Talvez você apenas tenha deixado de ser necessário. E o que mais esperar nesse mundo pragmático, capitalista, onde tudo, TUDO é descartável.
 Quase todo mundo tem aquele ombro no qual se apoiar, daquela pessoa que seu ombro também já apoiou tantas vezes. Que vai estar sempre ali pra segurar suas mãos quando elas estiverem a ponto de cortar seus próprios pulsos. Não! Hoje você está aqui, com seu peito aberto pra acolher todas as mágoas e dores. Amanhã você pode estar completamente sozinho - obviamente vou me abster de qualquer comentário de cunho religioso. E conte com isso, pois o mundo é repleto de certezas que são derrubadas todos os dias. Sua amiga, amigo, irmão, pai, filho, esposa... Palavras apenas. A verdade é que você nasce sozinho – mesmo os gêmeos siameses têm consciência independente -, morre sozinho e se pensar bem, vive sozinho. Se há algo que você pode contar que nunca vai te abandonar, é só o que há dentro de você. Engano-me. Nem isso. Algumas vezes você também abandona a si mesmo. E aí como se pode pensar em esperar uma atitude diferente de outra pessoa? Acredite no abandono. Não que ele acontece a todo o momento. Mas saiba que ele sempre vai estar ali, acompanhando, espreitando, sorrindo por cima de seu ombro amigo.
 Então não existe amizade? Existe. E é tão certa e inabalável quanto qualquer outro aspecto da vida. E o certo, é que você deve fortalecer muito suas pernas, porque amanhã pode ser que você dependa unicamente delas pra te sustentar, e como apoio nada além do seu próprio ombro. Também fortaleça sua mente, ou ao menos esteja preparado para o que pode vir. Não se trata de esperar o pior – acredite, sou um otimista -, mas sim de estar preparado. Isso te livra da decepção? Não. Mas pelo menos você já tem uma idéia do tamanho das feridas que terá de tratar.

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