terça-feira, 26 de novembro de 2013

Não comer carne é irracional

O vegetarianismo/veganismo é irracional, não consegui chegar a conclusão melhor. Os dois não são a mesma coisa, mas são bem próximos. Analisemos alguns argumentos para adotarmos uma alimentação livre de proteína animal e minhas respostas a eles:

A morte de animais
1 - Animais morrem. Eles morrem e se tornam alimento para outros animais e plantas. É assim, mesmo, que acontece.
2 - Grandes colheitas ceifam muitos animais que vivem por essas plantações, e tantos outros morrem pelo uso de agrotóxicos.

O impacto ambiental da pecuária.
1 - As grandes plantações ocupam boa parte do solo. É menos que a pecuária, mas ainda assim é bastante.
2 – Ameaçam a biodiversidade, já que foca-se na produção de uma ou duas culturas sazonais destruindo outras espécies que se encontravam no lugar da plantação, muitas vezes espécies das quais outros animais dependiam para sua existência.
3 – Os agrotóxicos – ou fertilizantes usados sem os devidos cuidados - usados contaminam o solo, a água, são absorvidos por outros animais e repassados a outros que fazem parte de sua cadeia alimentar. Ainda matam animais terrestres e peixes por contato direto.

Não é necessário consumir carne animal para viver
1 – Mais ou menos. Não precisamos de água tratada, medicamentos, fogo e muitas outras coisas para viver, mas, obviamente, há uma certa mudança na qualidade de vida. O ferro-heme, absorvido e processado muito mais facilmente pelo organismo não é encontrado em alimentos de origem vegetal, bem como a vitamina B-12 (escassa no reino vegetal).
2 – Apesar de muitas pessoas alegarem conseguir viver com boa saúde sem consumir alimentos de origem animal, não podemos pensar que todas as pessoas consigam (na verdade, é só pegar algum livro - ou procura algum artigo no google mesmo - de biologia animal para vermos que não é bem assim).

É mais saudável ser vegetariano
1 – Bom, se você não comer carne, provavelmente terá que complementar sua dieta com suplementos, o que não me parece uma atitude muito saudável.

Matar bilhões de animais para sustentar bilhões de outros animais não faz sentido
1 - Se o problema é a quantidade de animais mortos, então o problema a ser resolvido é o de controle de natalidade.
2 – Se o problema são as mortes, então o problema a ser resolvido é o desenvolvimento de um “soro da imortalidade”, porque tudo o que é vivo morre.

A crueldade com que se cria e mata os animais
1 – Aqui a questão é clamarmos por leis que impeçam esse tipo de tratamento com esses animais. Se você come ovos ou toma leite está contribuindo para esse sofrimento, também, pensando que esse é o estímulo para causar o sofrimento dos animais, o que não é verdade. Não é necessário criar nem matar com crueldade esses animais, o estímulo para o produtor é o quanto ele pode lucrar mais rapidamente, é a nossa estrutura sócio-econômica.

O único argumento que me parece válido é: “tenho dó de comer a carne dos bichinhos”. Aí vai fazer o quê? Tem dó? Então tem e não come, mas tenha consciência que é só isso. Argumento válido, mas irracional (sentimental).
Não coloquei referências porque acho que falei obviedades, ou coisas que não são nada difíceis de procurar rapidamente, mas se alguém achar necessário posso referenciar algumas. Atualizarei o post caso surjam novas indagações.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Perder a virgindade é Arte?

 Já viram a notícia sobre "Jovem estudante pretende perder a virgindade anal em performance artística"? Aqui está o link http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2013/11/04/jovem-estudante-pretende-perder-a-virgindade-anal-em-performance-artistica.htm. Bem, aqui coloco minha opinião à respeito dessa "arte".

  Esse é o problema com essa "Arte" que pode ser mas também pode não ser, que depende de análise e blá blá blá... Quando tudo é Arte, nada é Arte. "Perder a virgindade é a última coisa que vai acontecer uma única vez na vida de uma pessoa", não, não é! Se essa é a intenção, mais contundente seria dar um tiro na cabeça e dizer que é Arte (ainda mais porque o conceito de morte é melhor definido do que o de virgindade). Ah, mas esse extremo é ridículo? Então de um tiro no seu braço, se crucifique pelado num fusca e saia por aí defendendo o seu corpo como suporte artístico de uma forma magnificamente estúpida. Agora qualquer "quebra" de paradigma é Arte? Isso é vocação pra ativismo. Uma coisa não exclui, necessariamente, a outra, mas são coisas diferentes.

  É importante para a Arte testar seus limites, forçá-la, desafiá-la e transgredi-la, mas nada garante que com isso se faça Arte. Podemos afirmar com certeza que são pesquisas, estudos, mas Arte seria o trabalho final, acabado, bem resolvido – quando possível reconhecê-lo assim -, não todas as tentativas que se fez no percurso. A Arte é trabalho, suor, estudo, ciência.

  Delimitar a Arte não é engessá-la, bem diferente disso, é não banalizá-la. Todos podem ser artistas? A princípio, sim. Mas todos são artistas? Não. Expressar, chocar, discutir, transgredir, ou seja lá o que for, não é Arte, ela pode fazer tudo isso, mas nada disso é um determinante para a Arte. Forma de expressão também não é Arte, é forma de expressão. E tempo de estudo não é sinônimo de qualidade do estudo, mas muitas pessoas têm dificuldade em reconhecer que , algumas vezes, o caminho que escolheram não é o mais adequado, que sua tese é furada; são incapazes de se rever, assumir erros - bem como acertos - para criar argumentos - ou produções/pesquisas artísticas - mais fortes e próximos da verdade; porque é bem mais fácil eu me abraçar à minha paixão do que raciocinar e talvez ter que abandonar alguns conceitos duvidosos nos quais trabalhei tanto.

  Valeria mais o rapaz da “obra” em questão estudar cinema e fazer um filme "pornô arte". Isso sim, bem mais coerente. Porque é diferente falarmos em Arte enquanto artes visuais e Arte enquanto “cinema”, assim como é diferente um vídeo-arte de um filme.

  Acho que o trabalho conceitual enquanto se resolve visualmente é válido como arte visual, com base na visualidade e completando seu processo artístico intelectualmente (é, isso eu “acho”, não estou afim de afirmar categoricamente e ter que discorrer mais sobre um assunto que não é o foco da discussão, o que não seria muito difícil). Mas o pensamento como suporte artístico? Será? Então é melhor fazer algo tipo ciência política, onde pode-se estudar cientificamente essas “transgressões” e ainda pensar suas implicações na sociedade e, sim, aí o pensamento é o suporte, que pode ser externalizado de várias formas (normalmente é por meios verbais ou escritos). Mas para quê, se eu posso simplesmente ler alguns livros e dar o brioco em público, né?

  Por favor, isso não é uma crítica a esse ou àquele tipo de Arte, ou uma forma de tentar agredir alguém, é uma crítica à pseudo-arte.